A instalação de um sistema de alarme parece simples à primeira vista: sensores, uma central, sirene e pronto. Mas na prática, detalhes técnicos e estratégicos fazem toda a diferença entre um sistema que apenas está instalado e um sistema que realmente protege e responde corretamente a uma situação de risco.
A seguir, listamos os principais erros que profissionais da área cometem — e como você pode evitá-los para garantir um trabalho impecável.
1. Posicionar sensores de forma incorreta
Um dos erros mais frequentes é instalar sensores em locais inadequados, onde eles:
- Não detectam o movimento corretamente
- Geram falsos alarmes por interferência de janelas ou ventiladores
- Estão obstruídos por móveis, cortinas ou decoração
Como evitar:
- Instale sensores de presença a 2 a 2,2 metros de altura.
- Evite apontá-los diretamente para janelas ou luzes fortes.
- Posicione os sensores nos pontos de passagem, como corredores e portas.
- Faça testes de detecção com movimentos reais após a instalação.
2. Não fazer o planejamento de zonas
Em projetos com vários sensores, organizar o sistema por zonas é fundamental. Cada área deve ser tratada como um setor independente, com suas configurações específicas.
Como evitar:
- Divida a área em zonas lógicas (externa, interna, garagem, estoque etc.).
- Programe cada zona com níveis diferentes de sensibilidade e tempo de entrada/saída.
- Explique ao cliente como ativar/desativar zonas individualmente.
3. Utilizar cabos inadequados ou de baixa qualidade
Alarmes com falhas de comunicação, disparos falsos ou que deixam de funcionar podem estar ligados ao uso de cabos errados ou mal instalados.
Como evitar:
- Utilize cabos blindados e de bitola adequada (geralmente 4×26 AWG).
- Nunca passe cabos próximos a redes elétricas (evite interferências).
- Proteja os cabos com eletrodutos ou canaletas, especialmente em áreas externas.
4. Esquecer do nobreak ou proteção contra quedas de energia
Um alarme que desliga na falta de energia perde totalmente sua função. Muitos sistemas dependem exclusivamente da rede elétrica e não possuem nobreak ou bateria reserva.
Como evitar:
- Utilize fontes com bateria interna ou conecte o sistema a um nobreak.
- Faça testes simulando queda de energia para garantir continuidade do sistema.
- Verifique a autonomia da bateria (mínimo 4 horas recomendadas).
5. Não configurar adequadamente o tempo de entrada e saída
Sem o tempo adequado, o cliente pode disparar o alarme acidentalmente ao entrar ou sair do local. Por outro lado, tempos muito longos aumentam a janela de risco.
Como evitar:
- Ajuste o tempo de entrada entre 10 e 30 segundos, conforme a estrutura do local.
- O tempo de saída pode ser um pouco maior, especialmente em imóveis grandes.
- Oriente o cliente sobre como usar o controle remoto ou o aplicativo com agilidade.
6. Instalar a central em local exposto
A central de alarme é o “cérebro” do sistema. Se estiver visível ou de fácil acesso, pode ser desativada rapidamente por um invasor.
Como evitar:
- Instale a central em local protegido e discreto, de preferência com acesso restrito.
- Use sensores anti-sabotagem (tamper) que alertam em caso de violação do equipamento.
- Nunca deixe o manual ou senhas junto da central.
7. Não configurar notificações e comunicação com o cliente
Muitos sistemas modernos oferecem notificações por aplicativo, SMS ou integração com centrais de monitoramento. Ignorar essa configuração limita muito a eficácia do sistema.
Como evitar:
- Cadastre corretamente os números de telefone e e-mails do cliente.
- Ative as notificações no app ou sistema de monitoramento.
- Faça testes com o cliente para confirmar que ele está recebendo os alertas.
8. Deixar sirenes internas ou externas mal posicionadas
Sirenes mal posicionadas:
- Não são ouvidas em todo o imóvel
- Incomodam os vizinhos desnecessariamente
- Podem ser facilmente localizadas e desativadas
Como evitar:
- Instale sirenes externas em locais altos e fora do alcance direto.
- Posicione sirenes internas em pontos centrais da casa ou empresa.
- Teste o volume e alcance sonoro com o cliente.
9. Ignorar a manutenção periódica
Mesmo bem instalado, um sistema de alarme precisa de manutenção. Sensores sujos, baterias fracas ou fiações soltas podem comprometer toda a operação.
Como evitar:
- Oriente o cliente sobre a importância da manutenção preventiva.
- Ofereça contratos de manutenção com visitas semestrais.
- Faça testes completos em cada visita técnica.
10. Não treinar o cliente corretamente
O cliente precisa saber como usar o sistema com confiança. Muitos técnicos instalam, testam e vão embora sem treinar o responsável — o que gera confusão e uso incorreto.
Como evitar:
- Faça uma demonstração prática completa do sistema.
- Entregue um manual simples com as principais instruções.
- Ensine a ativar/desativar, configurar zonas, e o que fazer em caso de alarme.
Segurança começa com uma instalação bem feita
Como instalador ou revendedor, seu papel vai além de vender ou posicionar equipamentos: você está oferecendo proteção real, confiança e tranquilidade para empresas, residências e famílias.
Ao evitar os erros listados aqui e seguir boas práticas, você entrega não apenas um sistema de alarme funcional, mas uma solução profissional de segurança, que reforça sua reputação e fideliza seus clientes.